Ainda na gravidez, descobri, através do exame de ultrassonografia da transnucência nucal, que meu bebê tinha um risco elevado de ter uma doença congênita... todos só pensavam que ele podia ter a Síndrome de Down... a obstetra indicou a investigação genética, atravês da coleta do líquido da placenta, de início não quiz fazer, pois, o resultado não mudaria o amor que eu tinha por ele e nem o percursso da gestação, mas a geneticista que me acompanhou orientou que esse exame seria importante não para apenas detectar a motivo da alteração genética, mas sim, para nos prepararmos pra sua chegada, afinal, existem algumas doenças genéticas que podem ser corrigidas com cirurgias, como exemplo, alguns tipos de cardiopatias. Topei fazer o exame que teve seu resultado negativo para as síndromes investigadas. A geneticista então, pediu que eu fizesse uma última investigação... o coração... e no ecofetal, descobri que meu príncipe era cardiopata, sua cardiopatia era uma das mais graves TGV (transposição dos grandes vasos), podia ser corrigida através da cirurgia de Jatene alguns dias após seu nascimento. Me preparei pscicológicamente para recebê-lo ao mundo e não em meus braços e vê-lo se submeter a procedimentos dolorosos, porém necessários para sua recuperação, até conheci uma menina de sete anos e muito saudável, que tinha o mesmo problema e ficou curada, mas a mãe dela não deixou de dizer que no inico tinha sido difícil, teve muitas complicações, mas que Deus preferiu que ela continuasse entre nós...
A minha maior dúvida era saber onde ter o meu bebê, a que médico confiar a entrega do meu filho que estava tão bem na minha barriga...
Recebi seu diagnóstico no Hospital Português, onde meu plano não tinha cobertura, fiz acompanhamento pelo IMIP, afinal é o hospital referência para esses tipos de problema, e conheci o Dr. Pedro Salerno que havia trabalhado com o criador, Dr. Adib Jatene, da cirurgia que salvaria meu filho e que atendia no Hospital Esperança, onde tinha cobertura do meu plano de saúde.
Depois de meses de dúvidas, medo, muito medo, e eu nunca sentido tanto medo na minha vida... de escolher errado e de algumas consultas com amigos, profissionais que me acompanhavam e familiares... cheguei a decisão de que teria ele no hospital esperança, afinal, em relação ao IMIP, tinha menos crianças e na minha concepção leiga, menor risco de infecção hospitalar, além de ter acesso aos médicos com maior facilidade.
A sua chegada...
Heitor foi recebido com muita alegria, mesmo sabendo que ficaria na UTI e não usaria roupinhas por pelo menos 30 dias, levei sua malinha, lembrancinhas, enfeite de porta e doces para as visitas, afinal era o nascimento do menininho mais lindo e iluminado do mundo...
Seu nascimento foi no dia 3 de junho de 2011 às 7h45min, ele chorou, que alegria ... ele chorou muito e forte, "ao fechar os olhos ainda posso ouvir seu choro", que felicidade vivo e forte pra enfrentar esse mundo tão cruel...
Trouxeram ele até o meu rosto, beijei sua testa e disse " é agora meu filho, aguenta firme...", conversava muito com ele ainda na barriga, dizia que ele precisava ser muito forte... e que ignorância a minha... ele já sabia o que ia passar...
Foi levado imediatamente para a UTI, sua cardiopatia não permitia que o sangue oxigenado passasse para o organismo e precisou fazer um cateterismo de urgência.
Quando pude levantar por volta das 18h fui visitá-lo na UTI, estava lá, entubado, mas com um semblante de tranquilidade inexplicável... era como se dissesse... "mãe, estou bem, não se preocupe". E assim foram vários dias, fez a cirurgia de Jatene após cincos dias de vida, que foi um sucesso e sua recuperação estava sendo muito elogiada pelos médicos, até que eu percebi que ele estava inchando, perguntava e me respondiam que era normal para quem opera o coração, seu coração havia ficado perfeito, mas algo ainda não estava bem...
Heitor adquiriu nesse hospital, infecções e a bactéria sepse que o levou ao estado de choque séptico, sendo então o intermédio de sua volta para casa ao lado de Deus.
O amor que senti durante os dez meses e sete dias entre a gestação e o tempo que ele esteve na terra, não mudou e não vai mudar nunca, porque ele não morreu, e sim, voltou pra casa... ele não era daqui, era anjo, um ser iluminado, que olhar expressivo, que tranquilidade diante daqueles mostros de jaleco que não tem pena da dor que estão causando no outro com vosso descaso e muitos ainda se julgam Deuses... coitados...
Sou mãe de anjo, agradeço a Deus pelo presente que me deu, por ter o levado para um mundo onde a dor não existe...
Mães de anjos.... agradeçam a Deus por tudo, porque esse mundo é apenas para aqueles que ainda precisam evoluir... nossos anjos estão nos braços do ser que mais recorremos ... DEUS, eles sim, estão bem... e existe algo mais feliz pra uma mãe do que saber que seu filho está bem?
Que Deus abençoe todas as mães e familiares de anjos consolando e dando o entendimento de que tudo só acontece com sua permissão.

Tão amado, tão amado, tão amado!!!
ResponderExcluirHeitor! Que exemplo! De força, de amor, de coragem!!!! Eu sua tia Déia te ama, sempre te amou, sempre te amará!!!